(Bira Dantas)
Podemos ver detalhes caricaturais em muitos momentos da humanidade:
22.000 ATRAS
A Venus de Willendorf (estatueta com 11,1 cm) foi descoberta em 1908 num sítio arqueológico na Áustria.
Trazia detalhes caricaturais exagerados que representavam a fertilidade, muito importante em tempos em que sobreviver era uma tarefa complicada.
EGITO, 3.200 a.C.
Hathor, deusa das mulheres, cujo desenho curiosamente traz orelhas exageradas.
ROMA, 286 a.C.
Desenhista desconhecido retratou em caricaturas. gladiadores lutando com leoes.
ROMA 140 a.C.
Desenho riscado num muro mostrava o perfil do morador com um enorme nariz.
FIRENZE, 1480
Apesar de ter encarado a Caricatura como mais um degrau para atingir o ideal do Homem Universal, não se pode negar que a Caricatura proporcionou à obra de Leonardo da Vinci um dos poucos momentos de contato com o psiquismo humano.
ROMA, 1723
Caricatura de Vivaldi feita por P.L.Ghezzi.
REINO UNIDO, 1788
Thomas Rowlandson ficou famoso por seus cartuns eroticos.
REINO UNIDO, 1792
James Gillray foi um caricaturista britânico famoso pelas suas sátiras políticas e sociais feitas em gravuras, publicadas principalmente entre 1792 e 1810.
PARIS, 1831
Honoré Daumier foi caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês, conhecido em seu tempo como o “Michelangelo da caricatura”. Atualmente ele também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros do naturalismo. Sua caricatura Gargântua, que ridicularizava o rei Luís Filipe, custou-lhe seis meses de prisão em 1831. Privado da liberdade, o ilustrador matava o tempo retratando os presos. Já em liberdade, assinou um contrato com a revista La Caricature e mais tarde com a célebre Le Charivari.
São conhecidas mais de 4 000 litografias de Daumier. De fato, ele foi um dos litógrafos mais especializados. Nelas reproduziu uma visão crítica, às vezes irônica, às vezes direta e certeira, dos acontecimentos de sua época.
PARIS, 1855
Monet tinha um grande senso de humor, mas não ia muito bem na escola. Não prestava atenção as aulas e passava a maior parte do tempo desenhando caricaturas. Claude tornou-se um ótimo caricaturista. Já adolescente era pago por algumas pessoas que também tinham senso de humor para que fizesse caricatura delas, como Léon Marchon, advogado.
SEC. XIX
Toulousse-Lautrec
Testemunha da vida noturna de Montmartre, Henri não apenas fez pinturas, como também cartazes promocionais dos cabarés e teatros, fazendo-se presente na revolução da publicidade do século XIX, onde a arte deixa de ser patrocinada e financiada apenas pela Igreja e os nobres, para ser comprada e utilizada pelo comércio crescente gerado pela revolução industrial. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de divulgação de locais de lazer parisienses. Trilhando o caminho de Jules Chéret, assim como Alfons Mucha, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.
ANGELO AGOSTINI
http://pt.wikipedia.org/wiki/Angelo_Agostini
(Vercelli, 1843 — Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1910) foi um desenhista italiano que firmou carreira no Brasil. Um dos primeiros cartunistas brasileiros, foi o mais importante artista gráfico do Segundo Reinado.
Em 1864 deu início à carreira de cartunista, quando fundou o Diabo Coxo, o primeiro jornal ilustrado publicado em São Paulo, e que contava com textos do poeta abolicionista Luís Gama. Este periódico, apesar de ter obtido repercussão, teve duração efêmera, sendo fechado em 1865. O artista lançou, no ano seguinte (1866) o Cabrião, cuja sede chegou a ser depredada, devido aos constantes ataques de Agostino ao clero e às elites escravocratas paulistas. Este periódico veio a falir em 1867.
O artista mudou-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu desenvolvendo intensa atividade em favor da abolição da escravatura, pelo que realizava diversas representações satíricas de D. Pedro II. Aqui colaborou, tanto com desenhos quanto com textos, com as publicações O Mosquito e Vida Fluminense. Nesta última, publicou, a 30 de Janeiro de 1869, Nhô-Quim, ou Impressões de uma Viagem à Corte, considerada a primeira história em quadrinhos brasileira e uma das mais antigas do mundo.
Fundou, em 1 de janeiro de 1876, a Revista Illustrada, um marco editorial no país à época. Nela criou o personagem Zé Caipora (1883), que foi retomado em O Malho e, posteriormente, na Don Quixote. Este foi republicado, em fascículos, em 1886, o que, para alguns autores, foi a primeira revista de quadrinhos com um personagem fixo a ser lançada no Brasil.
BORDALO PINHEIRO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rafael_Bordalo_Pinheiro
(Lisboa, 21 de Março de 1846 — 23 de Janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma visibilidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, reúne a sua obra.
WINSOR McCAY
(26 de setembro de 1867(?) – 26 de julho de 1934) foi um cartunista e animador estadunidense.
Artista prolífico, McCay foi pioneiro na técnica de desenhos animados, criando um padrão que seria seguido por Walt Disney e outros em décadas seguintes. Suas duas criações mais conhecidas foram a tira semanal Little Nemo in Slumberland, publicada de 1905 a 1914 e de 1924 a 1927, e a animação Gertie the Dinosaur, criada em 1914.
Seu trabalho nas tiras de jornal influenciou gerações de artistas, incluindo nomes como Moebius, Chris Ware, William Joyce e Maurice Sendak.
CARICATURA NO INICIO DO SECULO XX
Al Hirschfeld (1903-2003) foi um famoso ilustrador do jornal The New York Times, cujos desenhos inspiraram a animação do segmento ao som de Rhapsody in Blue, de George Gershwin, no filme de animação Fantasia 2000.
Sua linha elegante e estilosa, criava caricaturas simples, objetivas e geniais.
http://www.alhirschfeld.com
CARICATURA MODERNA
David Levine iniciou sua carreira por volta de 1940, como grande critico caricaturista norte-americano, faleceu em 2009.
Certamente ele marcou gerações com suas caricaturas estilosas: distorção na medida, sem exageros melodramáticos, bico-de-pena elegante, luz e sombra marcantes.
“David Levine, talvez o maior caricaturista desde os tempos de Daumier, não poderá registrar a era Barack Obama, que começa agora. Sua visão foi afetada por uma degeneração macular e tornou hesitante o traço preciso com o qual, há quase cinquenta anos, demole biografias e ilumina, satiriza e alfineta todos os presidentes americanos do século XX. Um drama agudo feriu a celebrada revista literária The New York Review of Books ao longo de todo o ano de 2006.
Nada a ver com o -conteúdo de algum de seus artigos sobre política ou cultura. Nem com as discussões tipicamente biliosas de sua seção de cartas. Ou com os anúncios pessoais altamente instigantes da última página. O drama se desenrolou em torno das magistrais ilustrações do caricaturista David Levine, que há 45 anos se confundiam com a identidade da revista.”
http://www.davidlevineart.com
REVISTA CARETA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Revista_Careta.jpg
Foi uma revista humorística brasileira que circulou de 1908 a 1960. Periódico de excelente padrão gráfico e editorial, foi fundado por Jorge Schmidt e teve entre seus colaboradores alguns dos melhores chargistas do país, como Raul e J. Carlos (diretor e ilustrador exclusivo da revista até 1921).
Baixe aqui:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/careta/careta_anos.htm
PASQUIM
O Pasquim foi um semanário brasileiro editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio parecia exagerada, o semanário (que sempre se definia como um hebdomadário) atingiu a marca de mais de 200 mil em seu auge, em meados dos anos 1970, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.
A princípio uma publicação comportamental (falava sobre sexo, drogas, feminismo e divórcio, entre outros) O Pasquim foi se tornando mais politizado à medida que aumentava a repressão da ditadura, principalmente após a promulgação do repressivo ato AI-5. O Pasquim passou então a ser porta-voz da indignação social brasileira.
CRIATIVIDADE
Os franceses Mulatier, Morchoisne, Rampal e Ricord formaram um grupo coeso que fazia caricaturas a partir de animais, legumes ou frutas. Fizeram enorme sucesso nos anos 70 e 80, publicaram muitos livros pela editora Graphic Grins. O seu grau de detalhismo com lapis de cor aquarelavel era impressionante.
http://www.ricord.fr/class6_en.swf
http://www.ricord.fr
OS FRANCESES FIZERAM ESCOLA NO RESTO DO MUNDO
Nascido em 1958 no Congo, o africano Jan Op De Beeck mudou-se para a Belgica e iniciou uma promissora carreira, passando a ser referencia em caricatura no pais da melhor cerveja do mundo. Ele se diverte fazendo caricas dos colegas de profissao.
http://www.opdebeeck.com
PROFISSIONALISMO
Sebastian Kruger desponta na Alemanha no fim dos anos 80, fortemente influenciado pela Escola de Artes que lhe capacitou a pintar em qualquer estilo, do cubista ao hiper-realista. Tornou-se um dos caricaturistas mais bem sucedidos do mundo, conseguindo valores de 5 a 10 mil dolares em suas telas pintadas com tinta acrilica e que fazem parte de acervos de nomes como Shwarzenegger, Mick Jagger, Stallone, entre outros.
Um de seus maiores projetos foi uma turne com os Rolling Stones pela Europa, enquanto faziam shows ele fez inumeros apontamentos que resultaram em um livro monumental.
http://www.sebastiankruger.org
BUNDAS
http://tateandoamarras.blogspot.com/2009/07/ziraldo-e-revista-bundas.html
Há dez anos (junho de 1999) Ziraldo lançou, pela Editora Pererê, a revista Bundas. Que saiu de circulação no ano seguinte (não por censura, mas por problemas financeiros). Colaboravam com a revista, gente do quilate de Millôr e Jaguar. E assim lançaram Bundas: “a revista que é a cara do Brasil”; “quem mostra a bunda em Caras, não mostra a cara em Bundas”. A revista não era exatamente e estritamente uma anti- Caras (a revista de “celebridades globais”), era muito mais que isso, de quebra era uma espécie de oposição a Caras. Até porque, dizia Ziraldo, ele não descartava a possibilidade de que um dia pudessem ser unidas Caras e Bundas (creio que com Bundas pondo vergonha na Caras).
PRA NAO DIZER QUE NAO FALEI DE LAERTE, ANGELI, ZIRALDO, FORTUNA, GLAUCO, SPACCA, CAU GOMES, RAY COSTA, MATTIAS, AMORIM, HENFIL, MARIANO, IQUE, MAURICIO RICARDO, CLAUDIO, PAULO BRANCO, JR LOPES, FERNANDES, MANO HEAD, LEZIO JR, BERTONI, DALCIO, ROSSI, CARCAMO, BAPTISTAO, JAL, PAULO E CHICO CARUSO…
E tantos outros que deixei de falar aqui, mas que aprecio suas formas de distorcer, arte-finalizar, colorir…
Leiam os artigos de amigos como Ze Grauna e o site do Salao de Humor de Piracicaba, onde pode se encontrar as caricaturas premiadas ano a ano.
http://blogs.ocorreiodopovo.com.br/caricato/curiosidades-sobre-caricaturas-–-5/
http://www.artefatocultural.com.br/portal/index.php?secao=colunistas_completa&id_noticia=441&colunista=Z%E9%20Roberto%20Gra%FAna&subsecao=114
http://salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br/humor/
A CARICATURA NO PORTAL EMDIV
http://www.emdiv.com.br/arte/enciclopediadaarte/685-caricatura-historia-e-caracteristicas.html
“Chama-se caricatura todo desenho que acentua detalhes ridículos. O desenho caricatural constitui um gênero de cunho satírico, mas não obrigatoriamente cômico. A caricatura é a reprodução gráfica de uma pessoa, animal ou coisa, de uma cena ou episódio, exagerando-se certos aspectos com intenção satírica, burlesca ou crítica. O vocábulo (do italiano caricatura, de caricare, “carregar”, “acentuar”) foi utilizado pela primeira vez em 1646, para designar uma série de desenhos satíricos de Agostino Carracci que focalizava tipos populares de Bolonha. O termo, porém, já fazia parte do jargão artístico.
A princípio considerada mero divertimento, a caricatura tornou-se importante atividade artística. Entre seus cultores incluem-se diversos nomes significativos na história das artes visuais. A propensão para o caricatural ocorre em todos os artistas de tendência expressionista – não fora o expressionismo, mais do que um simples estilo, uma forma original de conceber o mundo e a existência. De certo modo, cultivaram a caricatura, ou sofreram sua influência, grandes artistas de todos os tempos, como Bosch e Quentin Metsys, Leonardo da Vinci e Arcimboldo, Jacques Callot e Goya, Ensor e George Grosz. Os “Caprichos” de Goya, por exemplo, têm linguagem afim à da caricatura, cuja intenção mais profunda não é ridicularizar nem provocar o riso fácil, e sim, como escreveu Claude Henri Watelet em 1792, “fixar os caracteres e as expressões”.
Outra característica da caricatura é transcender o individual, para particularizar o coletivo de uma época ou de um povo: a figura de John Bull, por exemplo, criada por Sir John Tenniel e John Leech, mais que um desenho caricato, é um símbolo do povo britânico, de suas mais íntimas convicções. Como bem observou o brasileiro Herman Lima, o personagem ideal John Bull terminou “representado em pessoa por Winston Churchill, mostrando assim o poder verdadeiramente divinatório dos caricaturistas que primeiro o idealizaram”. Do mesmo modo, Tio Sam, de Thomas Nast (em boa parte inspirado em Abraham Lincoln), ultrapassa a condição de caricatura, que teve inicialmente, para caracterizar o americano, externa e intimamente considerado.
Transcende também a caricatura o domínio do puramente visual. Já em 1857, Baudelaire escrevia ter ela direito às atenções de historiadores, arqueólogos e filósofos. Pode ser-lhe aplicado o que Baudelaire afirmou da obra de Honoré Daumier: “Por ela, o povo podia falar ao povo.” Não admira que, nos regimes autoritários, toda vez que a manifestação do pensamento se vê cerceada ou suprimida, caiba papel de destaque aos caricaturistas.
O cartoon, gênero criado pelos ingleses, caracteriza-se basicamente por seu aspecto anedótico. Compõe-se geralmente de um desenho e pode vir acompanhado ou não de palavras. Do cartoon em seqüência surgiu a história em quadrinhos. Já o desenho de humor explora os aspectos não-anedóticos dos fatos e tem no acontecimento contemporâneo sua matéria-prima, focalizando-o em geral de modo ameno, embora às vezes assuma o caráter de humor negro.
A caricatura já era conhecida dos egípcios (o museu de Turim guarda um papiro que retrata o faraó Ramsés II com orelhas de burro), gregos (pinturas em vasos) e romanos (afrescos de Pompéia e Herculano). Dela se utilizaram arquitetos e escultores românicos e góticos nas fachadas e capitéis das catedrais, e com ela miniaturistas preencheram as margens de centenas de manuscritos, mesmo de alguns acentuadamente religiosos. Como arte independente, porém, a caricatura é fruto da Renascença, devendo-se a Annibale Carracci o primeiro exemplar do gênero, hoje no museu de Estocolmo: um desenho que representa um casal de cantores italianos, feito em 1600.
A época dos que se dedicaram à caricatura como uma arte autônoma teve início com Pier Leone Ghezzi (1674-1755). Até então, essa atividade era praticada quase exclusivamente por pintores em momentos de descanso de seus trabalhos “sérios”. A partir do século XVIII, a caricatura floresceu, primeiro com Romeyn de Hooghe, nos Países Baixos, e logo depois com William Hogarth, pai da caricatura britânica e da caricatura social, entre cujos continuadores podem ser mencionados Thomas Rowlandson e George Cruikshank. Em oposição à caricatura pessoal, surge, com George Townshend (1724-1807), em fins do século XVIII, a caricatura política, que iria ter seu mais notável representante em James Gillray (1757-1815).
A invenção da litografia pelo alemão Aloys Senefelder, nos últimos anos do século XVIII, contribuiu bastante para a divulgação da caricatura. Até então, o caricaturista utilizava apenas matrizes de metal, gravando o desenho em folhas soltas, com poucas possibilidades de divulgação de seus trabalhos – os quais nunca ultrapassavam os círculos socialmente mais elevados da população. A litografia, possibilitando grandes tiragens e preços menores, facilitou a disseminação da caricatura.
Logo em seguida, e ainda como conseqüência direta da litografia, surgiram os periódicos especialmente dedicados à caricatura, entre os quais o semanário La Caricature (1830) e o diário Le Charivari, franceses, ambos fundados por Charles Philipon. À ação estimulante de Philipon deve a história da caricatura alguns de seus nomes mais ilustres, como Grandville (Jean Ignace Isidore Gérard), Gustave Doré, Cavarni e, sobretudo, Honoré Daumier – talvez o maior caricaturista de todos os tempos, autor de 3.958 litografias, entre as quais dezenas de obras-primas, incomparáveis ao mesmo tempo pelo apuro técnico, expressividade e espírito crítico.
Na senda aberta por La Caricature, logo apareceriam numerosos outros periódicos, em toda a Europa, entre eles, na Inglaterra, Punch (1841) – intimamente ligado à história do desenho de humor, à caricatura de índole social – e Simplicissimus (1896), na Alemanha.
Entre os mais famosos caricaturistas do século XIX encontram-se Philibert Louis Debucourt, Louis-Léopold Boilly, Jean-Baptiste Isabey e Henri Monnier, na França; Robert Seymour, John Doyle e seu filho, Richard Doyle, John Leech, John Tenniel e d’Orsay, na Grã-Bretanha; Thomas Nast, Joseph Keppler e Bernhard Gillam, nos Estados Unidos; Virgínio, na Itália, e Eduard Schleich, na Alemanha. No período de transição, a meio caminho entre os séculos XIX e XX, destacam-se os nomes dos ingleses Carlo Pellegrini (Ape) e Max Beerbohm; dos franceses Caran d’Ache (Emmanuel Poiré), Jean-Louis Forain e Toulouse-Lautrec; do sueco Olaf Gulbransson, do alemão Eduard Thöny.
No século XX, período das grandes conflagrações internacionais, das convulsões sociais, das ideologias totalitárias, a caricatura encontraria farto material a explorar, com destaque para nomes como os de Charles Dana Gibson e Art Yong nos Estados Unidos, David Low no Reino Unido, Louis Raemaekers nos Países Baixos, Sennep (Jean-Jacques Pennès) na França e Fritz Meinhard na Alemanha.
No que diz respeito ao cartoon, merecem menção especial Wilhelm Busch e Edward Lear, George Belcher e Aubrey Beardsley, Constantin Guys e Eugène Lami, no século XIX; Saul Steinberg, André François, Manzi, Chaval (Yvan Le Louarn) Tomi Ungerer, Miguel Covarrubias e Ralph Barton, no século XX.
CARICATURA NO BRASIL
A dar-se crédito a Rodrigo José Ferreira Bretas, primeiro biógrafo do Aleijadinho, caberia ao famoso escultor e arquiteto mineiro do século XVIII a prioridade na história da caricatura brasileira. Bretas afirma ter o Aleijadinho reproduzido, em um grupo de são Jorge com o dragão, os traços de certo coronel José Romão, seu desafeto. Todavia, o verdadeiro iniciador da caricatura no Brasil foi Manuel de Araújo Porto Alegre, que publicou a primeira caricatura, anonimamente, no Jornal do Comércio de 14 de dezembro de 1837: uma sátira ao jornalista Justiniano José da Rocha, inimigo do artista.
O primeiro periódico a imprimir caricaturas foi a Lanterna Mágica, publicado no Rio de Janeiro entre 1844 e 1845, possivelmente por iniciativa de Araújo Porto Alegre. O mais notável caricaturista da época foi, porém, Rafael Mendes de Carvalho, colaborador daquele periódico. Número razoável de caricaturas anônimas, quase todas litografadas em estabelecimentos como o de Frederico Guilherme Briggs, surge no Rio de Janeiro em fins da primeira metade do século XIX: são, na maior parte, caricaturas políticas, de grande virulência.
Ao lado de tais caricaturas soltas, vendidas separadamente em papelarias, surgem publicações como O Caricaturista, que sucedeu ao Sete de Abril, todas de vida efêmera. Mais importância teriam a Marmota Fluminense (1849) e o Charivari Nacional (1862). Na Vida Fluminense (1868) colaboraria desde o primeiro número Ângelo Agostini, um dos maiores caricaturistas brasileiros do século XIX. Em 1875, o pintor português Rafael Bordalo Pinheiro fixa-se no Rio e passa a colaborar com caricaturas em O Mosquito e em outras publicações do gênero.
Outro famoso pintor que publicou caricaturas na imprensa carioca foi Pedro Américo, secundado por Aurélio de Figueiredo e Décio Vilares. Em 1876, Agostini publicou o primeiro número da Revista Ilustrada, a que Joaquim Nabuco chamaria, anos depois, “Bíblia da Abolição dos que não sabem ler”, tal o empenho com que se lançou em prol da emancipação dos escravos no Brasil.
O ano de 1900 inaugurou uma fase nova na história da caricatura brasileira, com a fundação da Revista da Semana, por Álvaro de Tefé, de volta da Europa, de onde trouxera novos processos técnicos de impressão: o fotozinco e a fotogravura. Pela mesma época surgem no Rio de Janeiro três grandes caricaturistas: Raul Pederneiras (Raul), Calixto Cordeiro (K. Lixto) e J. Carlos, que podem ser considerados os primeiros caricaturistas verdadeiramente brasileiros. O aparecimento de jornais e revistas possibilitaria amplo desenvolvimento à caricatura de cunho social e político.
J. Carlos foi o mais completo caricaturista brasileiro dessa fase, tendo praticado de modo superior todas as modalidades da caricatura – do portrait-charge à sátira política, e da ilustração à crítica social. Nesse período destaca-se também Voltolino, em São Paulo. Por volta de 1930, começariam a surgir na imprensa novos caricaturistas, que já se distinguiam pela maior modernidade do traço e pelo modo contemporâneo de encarar o motivo. Dentre esses, destacam-se os portrait-chargistas Andrés Guevara, paraguaio, Enrique Figueroa, mexicano, Alvarus (Álvaro Cotrim) e Mendez (Mário Mendes).
Dos caricaturistas desse período, alguns dos mais importantes são: Max Yantok, cujo traço era arrojado para a época, Antônio Gabriel Nássara, de traço bastante sintético, Gil, Alfredo Storni, Vasco Lima, Seth (Álvaro Marins), Luís Peixoto, Emiliano Di Cavalcanti, Ramos Lobão, Emílio Cardoso Aires, Fritz (Anísio Oscar Mota) e Rian (Nair de Teffé), a primeira mulher caricaturista do Brasil.
A caricatura política declinou em 1937, com a implantação do Estado Novo, que instaurou a censura prévia. A segunda guerra mundial, porém, deu ensejo a sátiras notáveis contra os regimes totalitários, da parte de J. Carlos, Belmonte (Benedito Barreto), criador do Juca Pato, Téo (Djalma Ferreira), Andrès Guevara e Augusto Rodrigues, então muito moço. Entre fins da década de 1940 e início de 1950, surgem Hilde Weber na charge política, Péricles (Péricles de Andrade Maranhão), criador da figura do Amigo da Onça, e o humor popular de Carlos Estêvão.
Sobressai nesse período o humorista Millôr Fernandes, que abriu caminho para o aparecimento, nos anos 60 e 70, de caricaturistas como Ziraldo (Ziraldo Alves Pinto), Borjalo (Mauro Borja Lopes), Fortuna (Reginaldo Azevedo), Jaguar (Sérgio Jaguaribe), Claudius (Claudius Ceccon), Appe (Amilde Pedrosa), Lan (Franco Vaselli), e especialmente, pela essencialidade do traço, Henfil (Henrique Souza Filho). Na década de 1980 e 1990 sobressaíram-se Luís Fernando Veríssimo, Miguel Paiva e, na charge política, Chico Caruso.”