Ben 10 é um personagem que faz muito sucesso nas TVs. Ben é um adolescente típico que viaja pelos Estados Unidos, num trailer, em companhia de seu avô, Max e de sua prima, Gwen, um pouco mais velha, mas também adolescente. Num belo dia ele acha uma espécie de relógio alienígena, o Omnitrix, que permite que Ben se transforme em vários seres com poderes diferentes. Assim, as aventuras acontecem em várias partes do território americano, literalmente “On the Road”, com Ben enfrentado monstros e seres espaciais que querem se apoderar de seu instrumento de transformação. Sucesso na TV pela Cartoon Network, logo Ben 10 virou dezenas de produtos de consumo como lancheiras, mochilas, camisetas, brinquedos e muitos outros. É claro que o lançamento de revistas estava nos planos e assim temos passatempos, pôsteres, histórias ilustradas, adesivos e histórias em quadrinhos. Apesar de que não são exatamente HQs, mas imagens congeladas dos fotogramas dos desenhos animados, acrescidas de balões e onomatopeias, que causam um efeito muito estranho; como não existe movimento, a sequencia fica prejudicada e o andamento da leitura truncada. Muitas vezes os fotogramas são escuros e percebesse que faltam períodos inteiros do desenho que não foram acrescidos à revista. Uma situação contraditória, afinal, os desenhos animados são movimento e são apresentados estáticos e não tem o andamento quadrinho para quadrinho que dão a sensação de movimento da arte desenhada. O resultado é um modo cansativo de ler ou entender a história. Esse recurso é usado com frequência pela editora On line, em revistas como Moranguinhos, Padrinhos Mágicos, Princesas do Mar, The Powerpuff Girls, Sonic X, Pokemon, Phineas e Ferb e mais recentemente Generator Rex. A editora Deomar usa o mesmo método para as revistas do popular Picapau, Max Steel, Monster High, Teleco e Teco, Turma do Cacoricó e Polly Pocket. A On line publica a revista “Ben 10 História em Quadrinhos” (13,5 x 20,5 cm, 36 pgs. papel jornal, colorida, lombada canoa, R$ 2,99) com a observação na capa: “baseada no desenho original”, que apresenta um episódio da série original por volume. Com três anos de publicação a revista está atualmente no número 19, de julho de 2012, com a história “Fim do Jogo”. Publicada com uma periodicidade mais ou menos bimestral, a edição deve ter uma vendagem satisfatória. Mas uma situação inusitada aconteceu no meio da coleção: o n° 14, com a história “Verdade”, saiu em outubro de 2011 e o n° 16, com a história “Mudando de Rosto”, saiu em fevereiro de 2012! Mas onde está o n° 15? Procurando nas bancas esse exemplar não foi achado, recorrendo à página eletrônica de editora, esse número não está à disposição, ligando para o serviço de atendimento do leitor, a informação é de que esse exemplar não se encontra em estoque. Assim, o último recurso foi ligar para a redação de licenciados, que produz essa coleção, e perguntar para um dos editores, Bruno Neves, em 15 de junho, qual o destino desse exemplar e para a surpresa geral, ele disse que houve uma confusão da continuidade e que o número 15 não foi publicado e que eles erraram a numeração! Um erro crasso para uma grande editora que deve estar causando arrepios nos colecionadores e, certamente, daqui há alguns anos vai fazer a alegria aos contadores de anedotas no meio editorial. Assim para todos os efeitos de história e de coleção o número 15 da revista “Ben 10 História em Quadrinhos” nunca existiu!
Worney Almeida de Souza