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4 AÑOS

Há 4 anos que o Memorial da América Latina abriu suas portas para a AQC premiar os expoentes dos Quadrinhos e do Cartum no Brasil.

Há 4 anos o jornalista Gonçalo Junior, então gerente de comunicação, gentilmente nos convidou a comemorar o Dia do Quadrinho Nacional lá, no conglomerado projetado por Niemeyer para congregar todos os povos latino-americanos. Irmanados como “hermanos” que somos. E recebemos apoio de João Batista, Marília, Fernando e Cidinha. Fomos recebidos na bela e aconchegante Biblioteca do Memorial.

Nestes 4 anos premiamos muita gente, debatemos bastante e expusemos artes do gibi dos Trapalhões (produzidas no Estúdio Ely Barbosa e editadas pelo Edmundo Rodrigues, dois mestres de primeira grandeza da HQ), artes dos Mestres, Quadrinhos Africanos (com a presença do congolês Jerémie Nsinge) e finalmente, neste ano de 2016, “Cháke – Exposição Brasil-Paraguai – Quadrinhos Historietas Charges Dibujos”.

E este é o objetivo primordial do Memorial: promover a “idéia generosa de solidariedade e união latino-americana (…) como as lutas no séc. XIX de Simón Bolívar, José Martí e San Martín por um continente livre e fraterno. A “Pátria Grande” vislumbrada por eles, porém, ficou esquecida no passado. Nos anos 80 do séc. XX, especialmente os brasileiros precisavam redescobrir a América. Os hispano-americanos também pareciam desconhecer a proximidade histórica, lingüística e cultural de seus vizinhos de língua portuguesa.”

Alex Silva teve a excelente ideia de focar o Troféu deste ano em um país-hermano, o Paraguai, em exposição e debates. E assim, convidamos Roberto Goiriz, excelente “historietista” paraguaio, que aceitou de pronto (para nossa alegria) e cuidou da curadoria do lado de lá. Eu cuidei da do lado de cá. Goiriz é um artista querido que já trabalhou em Terra Brasilis, publicou na Press e no estúdio Ely Barbosa, onde desenhou a Turma do Gordo. Além dele, a mesa de debates será abrilhantada pelo historiador e quadrinhista André Toral (autor de Adeus chamigo brasileiro), pelo Mestre do Quadrinho nacional Eduardo Vetillo (autor de A retirada da Laguna) e pelo mediador Nobu Chinem (mestre em artes gráficas, pesquisador, historiador e professor de HQ).

Apesar de lamentarmos as desgraças que a Tríplice Aliança (Brasil-Argentina-Uruguai) causou a este país-irmão durante a “Grande Guerra”, e de lamentarmos o recente golpe de estado que destituiu o presidente Lugo, sabemos que o Paraguai é parceiro fundamental do Brasil na América do Sul e torcemos para que sigamos juntos, “trilhando caminhos nunca dantes trilhados”.

O Paraguai é um país com 400 mil km², com uma população de 6,5 milhões de habitantes, compartilhamos 1.339 quilômetros de fronteira, que vai de Foz do Iguaçu a Corumbá. A aproximação entre nós se deu em 1965 com a construção da Ponte da Amizade, sobre o Rio Paraná (com essa ponte o Paraguai conectou-se, por rodovia, ao Oceano Atlântico).

É isso o que pretendemos com esta exposição, debate e troca de experiências quadrinhísticas, criar mais uma “ponte da amizade” e estreitar ainda mais os laços entre vizinhos, apartados por fronteiras, costumes e língua. Mas além do espanhol, paraguaios falam o guarani, que faz parte do tronco linguístico tupi-guarani. Quando os portugueses chegaram aqui, grande parte das tribos indígenas que habitavam o litoral, falava línguas pertencentes a este tronco.

Portanto, que façamos da linguagem Quadrinhos-Historietas-Charges-Dibujos mais um Tupi-Guarani e tal qual Policarpos Quaresmas saiamos falando assim, línguas de uma mesma família e que nos entendamos muito bem.

Bienvenido Goiriz y bienvenidas las Historietas Paraguayas.

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