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PARA ZEMPRE ZALLA

Uma homenagem “D´Arte” a Rodolfo Zalla: o “Criativo” e o “Memorial”, “AQCendo” a importância da Nona Arte brasileira!

(Gazy Andraus)

Rodolfo Zalla, nascido na Argentina em 20 de julho de 1931, e falecido no Brasil em 19 de junho de 2016, é uma das referências mais importantes dos quadrinhos nacionais. No Brasil, acabou por fundar o “Estúdio D’Arte” com Eugênio Colonnese, e a partir da década de 1980, Zalla transformou-o na editora “D’Arte”, pela qual lançou vários títulos, sendo os mais famosos “Calafrio” e “Mestres do Terror” (tema bem contrastante, curiosamente, em relação ao que produzia para uma editora católica quando residia na Argentina). Com tal empreendimento artístico, vai se mostrando não apenas um grande autor de Histórias em Quadrinhos (HQs), mas também um editor inteligente, pois além de publicar autores consagrados como Júlio Emílio Braz e Flávio Colin, lançou vários artistas (como Gian Danton e Bené Nascimento), e influenciou outros (como Edgar Franco) com as revistas de sua editora.

Nelas, além das HQs em preto e branco do gênero terror-ficção e ficção fantástica, inseria textos inéditos da área internacional quadrinhística (que eram escritos principalmente por Luiz Antônio Sampaio), em um tempo que não existia a Internet e era parco o material sobre a temática dos quadrinhos. Tais textos, inéditos, descortinavam autores estrangeiros, personagens e publicações ainda desconhecidas por nós, sem contar a seção de cartas que prestava imenso serviço aos leitores e autores, tanto os amadores (que enviavam desenhos), como os profissionais que nelas publicavam.

Para esse “33º Prêmio Ângelo Agostini”, a “Editora Criativo”, com seu projeto “Sketchbooks”, que já publicou dezenas de autores (e está lançando mais uma leva nessa premiação), traz também uma edição especial da série, com parceria da “AQC – Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas”, em que mais de 160 autores homenageiam o grande Rodolfo Zalla! Trata-se de algo necessário, pois as gerações novas devem, em muito, aos pioneiros e aos que incentivaram e publicaram HQs no Brasil, principalmente nos períodos anteriores em que os quadrinhos brasileiros ainda eram pouco reconhecidos conquanto aos autores e produções nacionais. Márcio Baraldi (que não é das gerações tão novas), costuma sempre lembrar que foi influenciado pelos mestres – e em especial o grande Rodolfo Zalla – e que devem sempre serem lembrados e homenageados, pois é graças a eles que a quantidade e a qualidade atual de quadrinhos e quadrinhistas no Brasil pôde grassar em nossas terras tupiniquins.

Enfim, aqui está direta e indiretamente, nosso reconhecimento, tanto da “AQC” (representado através desse 33º evento “Ângelo Agostini”), bem como a homenagem da editora “Criativo” com seu belo trabalho numa edição especial do “Sketchbook”, e do incentivo pelo “Memorial da América Latina”, por manter o espírito aceso de tal evento, e de todos os autores e leitores (incluindo o público mais jovem que possa desconhecer a consideração aos mestres), que prestamos aqui a homenagem e magnânima importância a um dos maiores nomes que nosso país já teve na área das HQs, o grande Rodolfo Zalla!

Referencial:

RAMONE, Marcus. Luto nos quadrinhos nacionais: faleceu Rodolfo Zalla. UniversoHQ.

http://www.universohq.com/noticias/luto-nos-quadrinhos-nacionais-faleceu-rodolfo-zalla/

WIKIPEDIA. Rodolfo Zalla.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodolfo_Zalla

Gazy Andraus (Dr. em Ciências da Comunicação pela USP, autor e pesquisador de HQs e Fanzines de temática fantástico-filosófica e integrante da comissão organizadora do 33º Troféu Ângelo Agostini)

S. Vicente/SP, 02 e 17/12/2016

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