(J. A. BUHRER)
Eu quis escrever um texto bem impressionista sobre Zalla, já que parece que todos estão querendo fazer uma biografia do grande desenhista, falecido em junho deste ano de 2016.
Eu estudei nos livros de história da IBEP, no chamado Ensino Dirigido, na fase mais aguda da Ditadura Militar. Era isto mesmo, um ensino que pretendia nos fazer decorar e não entender a história. Nós tínhamos que ir preenchendo os pontinhos que os historiadores deixavam para nós pensarmos. Eram livros muito chatos. O que nos salvava eram os desenhos de Zalla em forma de histórias em quadrinhos, embora sem balões. Nós não podíamos entender na adolescência o significado daquelas antigas civilizações, e confesso que até hoje ainda estou perplexo. Mas os desenhos dele me ajudaram muito, a pelo menos entrar no espírito daqueles cenários e personagens históricos. Muitos anos depois é que fui descobrir que Zalla era quem desenhava a transposição da série O Zorro de Walt Dinsey para o gibi, no famoso Almanaque Disney, que eu adorava e gosto até hoje. Nos anos 1980 eu já estava interessado em terror, aí Zalla me confortou muito com seus gibis Mestres do Terror e Calafrio, coleção que guardo até hoje. Mas quando lembro de de Zalla o que me vem a cabeça imediatamente são realmente seus quadrinhos históricos para a IBEP.