Associação dos Cartunistas do Brasil
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João Antonio Buhrer:
“Al Capp para mim é o máximo em quadrinhos. Estas histórias em que mistura dois personagens numa mesma história é fantástica, foram publicadas na volta do GIBI, na década de 1970, pela RGE. Dizem que o dinheiro que possibilitou ao Roberto Marinho a montar seu império veio dos quadrinhos, assim pôde retribuir nos anos 70, republicando os clássicos. Dizem que o Gibi nesta época encalhou e deu-lhe prejuízos. O que interessa de fato aqui é a Turma do Brejo Seco e o personagem Joe Cometa, numa metalinguagem moderníssima.”
https://www.facebook.com/joaoantonio.buhrer
Direto dos “Arquivos incríveis do João Antonio”.
Almanaque do Biônico em Salmoura ano 1.
– Desta edição do almanaque eu possuo apenas algumas páginas, como não estão numeradas e não tem expediente, penso que estão faltando mais algumas delas. Devo ter recortado apenas uma página da Mad 83 de maio 1981, fiz alguma bobagem aí, pela qual me penitencio.
Zamagna, o autor desta obra, lembra-se de ter feito oito números, mas não sabe dizer se todos foram publicados. Um exemplar foi encartado na revista MAD, lembra o ex-editor Otacílio de Assunção.
A publicação Almanaque Biotônico Fontoura, publicado pelo famoso Laboratório Fontoura, é (ou foi, não sei se ainda é publicada) uma verdadeira instituição no Brasil! Já faz parte do imaginário coletivo, é provavelmente o mais famoso dos almanaques de farmácia. Muito embora eu pessoalmente curta mais o Sadol/Renascim, que na minha região era mais comum. Em maio de 1981 a revista MAD (Ed Vecchi, número 83) resolveu fazer uma paródia deste almanaque, assim encartou um folheto em papel jornal com o nome de “Almanaque Biônico em Salmoura“. Esse biônico que hoje pode não fazer sentido para os mais novos é uma alusão a um tipo de político que não era votado, e sim levado ao cargo por intermédio de outros políticos. E salmoura é só uma graça mesmo. Nem preciso dizer que este encarte hoje é raríssimo de se encontrar, verdadeira pérola de colecionador.
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ARQUIVOS INCRÍVEIS DO JOAO ANTONIO
jabuhrer.almeida@gmail.com
“A revista “Vamos Ler” fazia muito sucesso nos anos de 1930 e 1940. Era uma publicação semanal da editora A Noite S/A, do Rio de Janeiro. Começou como regional, apenas no Rio , mas por volta de 1935, passou a ter circulação nacional, saindo às quintas-feiras e sobrevivendo até cerca de 1946. Era uma revista para toda a família, trazendo artigos de interesse doméstico e cultura em geral. Foi também uma das pioneiras em publicação de artigos de cunho científico, sempre escritos em linguagem simplificada e acessível.
Teve colaboradores como Jorge Amado, Olavo Bilac, Graça Couto, Clarice Linspector e Fernando Sabino, entre outros. Seu editor,a partir de 1942, era Raimundo de Magalhães. Teve grandes ilustradores em seu cast, como Orlando Mattos, seu principal capista e Carlos Thiré. Este último é o tema deste Arquivos.
Carlos Thiré foi um dos grandes quadrinhistas de sua época, tendo sido casado com a atriz Tonia Carreiro e pai do ator global Cecil Thiré. Este, por sua vez, batizou o próprio filho, o também ator global Carlos Thiré, com o nome do pai, numa evidente homenagem.
Pois bem, voltando ao Carlos Thiré quadrinhista, este foi um artista muito produtivo, que criou uma série famosa em sua época, “Três Legionários de Sorte”, muito influenciado por “Tintin” de Hergé. Thiré ilustrava muitas matérias da “Vamos Ler” e também criou para a revista uma série chamada “Aí, Mocinho!”, que saiu em vários capítulos, no início dos anos 40. Há muitos anos atrás eu atendi a um pedido do fanzineiro gaúcho Oscar Kern, já falecido (e aqui fica a homenagem a esta grande figura), que editava o famoso fanzine Historieta e queria publicar essa série “Aí, Mocinho!” completa no fanzine. E fui procurar nos meus arquivos os capítulos que eu tinha dessa série. Acabei localizando apenas as 14 páginas iniciais, porém, por sorte, o Kern localizou as outras páginas faltantes e publicou a história completa no “Historieta”. Republico aqui a aventura completa, retirada das paginas do Historieta em 1992. A idéia de Kern era republicar todas as HQs de Thire em sua valente Historieta, porém o destino interrompeu o projeto (e a vida) de Kern. Fica aqui o convite para que outros editores terminem essa tarefa. De quebra reproduzo também algumas páginas da publicação original na “Vamos Ler”, onde a HQ era impressa em azul, diferentemente do restante da revista, que era em preto e branco, com exceção das capas, sempre lindamente coloridas.
Uma curiosidade é que anos depois, em 1949, a editora Ebal batizou uma publicação sua de “Aí, Mocinho!”, um gibi de faroeste que fez muito sucesso e durou várias décadas. Teria sido uma homenagem a HQ de Thire?“
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